Susan Grant (CNN), Jaime Spitcovsky (mediador) e Aron Pilhofer (New York Times) na Super Session de abertura do evento (foto:Ricardo Matsukawa/Terra)
Por Nilton Carvalho
Era possível avistar o trem chegando quando eu olhei para o relógio e percebi que estava bastante atrasado. Ir da estação São Caetano até o metrô Brigadeiro, em meia hora, seria tarefa das mais difíceis. Mas, contei com a sorte, pois o entrevistado, Aron Pilhofer, editor de notícias interativas do New York Times, atrasou meia hora, superando meus dez minutos.
Minha primeira experiência como vídeo-repórter, que ocorreu justamente no 4º Seminário Internacional de Mídia Online (MediaOn), me deixou um pouco nervoso. Eu tinha uma entrevista importante e jamais havia controlado a câmera e o microfone ao mesmo tempo. Outra dificuldade seria o idioma, apesar de conhecer bem o inglês, meu vocabulário talvez não fosse tão rico para uma entrevista deste porte e não havia nenhum tradutor.
Quando Pilhofer chegou, eu já tinha decorado o que iria dizer e consegui estabelecer um diálogo satisfatório. No entanto, como eu não tinha experiência em filmar, confesso que no começo da entrevista a câmera tremia muito e a grande dificuldade foi encontrar um ponto que me proporcionasse estabilidade. Fiz as perguntas de maneira bem lenta para que o entrevistado pudesse entender e a conversa fluiu.
A entrevista foi bastante focada em web jornalismo, busquei informações que fossem relevantes para os nossos desafios aqui na Tv ABCD. Fazer um jornalismo interativo, que valorize a participação do público e também que conte histórias de maneira criativa e inovadora. Tópicos que, aliás, Pilhofer abordou durante painel no qual participou. Foi então que percebi que a tal “Aldeia Global”, idealizada pelo teórico Marshall McLuhan, está cada vez mais intensa com o poder da internet e novas tecnologias.
No final, com o braço um pouco dolorido de segurar a câmera em uma posição fixa, me despedi do entrevistado e de sua assessora de imprensa. Aron Pilhofer foi bastante cordial e quando ficou sabendo que eu ainda estava cursando jornalismo, resolveu inverter os papéis. “Como tem sido esta experiência?”, perguntou o editor. Olhei para o entrevistado e sua assessora e disse, “estar perto das pessoas, conhecer suas histórias e tentar transmiti-las em uma linguagem nova, tem sido um desafio e uma experiência única”.
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